segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Conto de Natal

Era uma vez um homem perfeito que conheceu uma mulher perfeita. Namoraram e um dia casaram. Formavam um casal perfeito.

Numa noite de Natal, ia o casal perfeito, por uma estrada deserta, quando viram alguém o pedindo ajuda. Como eram pessoas perfeitas, pararam para ajudar. Essa pessoa era nada mais nada menos do que Pai Natal, cujo trenó tinha avariado. Para não deixar os milhões de crianças decepcionadas, o casal perfeito ofereceu-se para ajudá-lo a distribuir os presentes. O bom velhinho entrou no carro e lá foram eles. Infelizmente o carro envolveu-se num acidente e somente um dos três ocupantes sobreviveu.

Pergunta:

Quem foi o sobrevivente do trágico acidente? A mulher perfeita, o homem perfeito ou o Pai Natal?

Resposta para Mulheres:

A mulher perfeita sobreviveu. Na verdade, ela era a única personagem real desta história. Já que toda gente sabe que o Pai Natal e homem perfeito não existem.

Resposta para Homens:

Agora, se o Pai Natal não existe, nem o homem perfeito, está claro que quem dirigia era a mulher - o que explica o acidente.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Bela serei eu?

Estava eu num triste fim-de-semana a fazer o famoso zapping (porque o tédio aliado ao ócio dá nisto) quando me depáro com a "bela" série de grande qualidade (pelos actores, produção, originalidade, etc). Como grande singularidade que é despertou logo a minha atenção e fiquei pela Sic Radical, afinal, era como regressar à infância e ver um belo conto de fAdas!! O programa intitulava-se: "A Bela e a vida!"
Foi com grande entusiasmo que observei as meninas no seu dia-a-dia e fiquei estupefacta como tanta beleza equilibra com tal eloquência - e que cultas e inteligentes são as nossas meninas portuguesas! À medida que as ia vendo o meu EGO crescia e questionava-me se não seria possível ser-se bela e inteligente ao mesmo tempo neste país!
Chamaram-lhe "A Vida e a bela", porque realmente de belo as vidas destas jovens não tem nada...
Digam-me os meninos, porque eu não percebo nada disto: não haverá por aí belas mulheres que, para além dos seus atributos físicos, sejam cultas e tenham alguma coisa para dizer para além de "foda-se-aquele-gajo-disse-que-me-queria-comer"?
Bom no final do programa continuei a fazer zapping, mas não posso deixar de pensar que neste conto da "Bela e o Monstro", o monstro sou eu,,, ;)

Susy

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Carta de um cliente BES

Exmos. Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. Rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria desta forma: todos os senhores e todos os usuários pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer outro produto adquirido (um pão, um remédio, uns litro de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.

Que tal?

Pois, ontem saí do BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.

Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como todo e qualquer outro serviço. Além disso impõe-se taxas de. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.

Financiei um carro, ou seja, comprei um produto do negócio bancário.
Os senhores cobram-me preços de mercado, assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.

Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de crédito"-equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar

Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobram-me uma "taxa de abertura de conta".

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura de padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro,depois de abrir a padaria.

Antigamente os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora, ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".

Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobram-me uma taxa de 1 EUR. Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa de existência da padaria na esquina da rua".

A surpresa não acabou. Descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre
- uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".

Mas os senhores são insaciáveis.

A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de v/. Banco.

Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?

Depois de eu pagar as taxas correspondentes talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/.responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc., etc., etc.
e que apesar de lamentarem muito e de nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto pela lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal. Sei disso, como sei também que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.

Sei que são legais, mas também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vais acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Someone said...

I never said "Well, I don't have this and I don't have that." I said, I don't have this yet, but I'm going to get it."

Tina Turner

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ética: 10 maneiras de seguir as regras do jogo

1. A honestidade é difícil
2. Respeitar as regras pode dar origem a alguns contratempos
3. Fazer a coisa certa muitas vezes significa ter mais trabalho
4. Ter uma postura ética muitas vezes significa ficar para trás na corrida
5. É de esperar alguma troça quando nos comportamos de forma ética
6. Ser ético significa falar sem hesitações
7. O caminho da ética por vezes é cheio de oportunidades
8. Os que escolhem o caminho da ética acabam sempre em primeiro lugar e com paz de espírito
9. Os pecadilhos éticos perseguem os corredores de velocidade
10. O caminho para o sucesso é ser honesto e correcto

Marianne M. Hennings in Ari, O Coelho Gigante (reflexões sobre Edgar, Ari e a vitória final)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Agradecimentos

(...) Agradeço também a todos os que me despediram, ao longo dos anos, por causa dos meus valores morais. Ajudaram-me a perceber aquilo que é importante. Apesar da minha gratidão, não citarei aqui os seus nomes. A minha fé ensinou-me a dar atenção às palavras de S.Pauo: "estamos perturbados, mas não aflitos; estamos perplexos, mas não desesperados. Perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos". (...)

Marianne M. Jennings in Ari, O Coelho Gigante (os seus agradecimentos)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Uma questão de sucesso

(...) Será que "aquilo" que somos é mais importante do que "quem" somos? (...)

Marianne M. Jennings in Ari, o Coelho Gigante

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O País que não merece ser desenvolvido

PORTUGAL FEZ TUDO ERRADO, MAS CORREU TUDO BEM.

Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimentoportuguês.

Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias dedesenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiampara estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam.Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano.

Segundo a fundaçãoeuropeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso,este grupo de países especiais é muito pequeno. Alias, tem mesmo um sóelemento: Portugal.

A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), iniciou há uns meses um grande trabalhosobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global dasegunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razõesque motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente,pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dosinvestigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados emPortugal, um dos países que tinha também uma das mais elevadas dinâmicas deprogresso.

Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seusresultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: 'O País Que Não Devia Ser Desenvolvido'

O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses.

Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 porcento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinhauma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas.Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar doforte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foitambém notável.

Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantilcaiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa deanalfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento.

Actualmente a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos nomesmo período. O relatório refere que esta evolução é uma das maisimpressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassadapor um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em gravesdificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidezinstitucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos dedesenvolvimento mais bem sucedidos no mundo actual.

Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser aocontrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas eorientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo osespecialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos maisimportantes é, sem dúvida, a educação.

Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tempiorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quandocomparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveisde conhecimentos semelhantes às de países miseráveis. Há falta gritante dequadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não podeter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nasanálises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem,tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor einstável do mundo, segundo a FRZ. Desde o 'condicionamento industrial'salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresasportuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação,burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante eestá em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária,omnipresente e bloqueante.

É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, ocrescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde oinício. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências eincapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresáriose gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistemajudicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição àausência de investigação em tecnologias.

Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma:

Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento.

Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade.

Citando as próprias palavras do texto:

'Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um talnível de desenvolvimento?'

A resposta, simples, é que ninguém sabe.

Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por maucaminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce maisum bocadinho. A única explicação adiantada pelo texto, mas que não ésatisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e'desenrascanço' do povo português. No meio de condições que, para qualqueroutra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-sede forma incrível e inexplicável.

O texto termina dizendo:

'O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?'.


João César das Neves - Economista

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sadismo e masoquismo

"O desejo de fazer sofrer o objecto sexual - ou a tendência oposta - é a forma de perversão mais frequente e mais importante de todas; foi chamada por KRafft-Ebing sadismo ou masoquismo, conforme seja activa ou passiva."

S.Freud in Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Poema I

É uma brisa leve
Que o ar um momento teve
E que passa sem ter
Quase por tudo ser.

Quem amo não existe.
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem eu sou não me conhece.

E em meio disto o aroma
Que a brise traz me assoma
Um momento á consciência
como uma confidência.

Fernando Pessoa